Antes de tudo, preciso agradecer aos 270 subscritores!!! Não tenho nem palavras para descrever quão incrédula e feliz eu fico em ver esse clubinho crescer. Muito obrigada! Sejam bem-vindos, sintam-se em casa!
Não sei se você já passou por essa belíssima imagem do Snoopy, mas eu, particularmente, penso nela todos os dias.
Se você nunca se deparou com essa imagem, provavelmente já ouviu de algum amigo bêbado “Vamos fazer isso! Só se vive uma vez!”. Só se vive uma vez. A frase que já foi meu combustível para inúmeras decisões impulsivas e arrependimentos posteriores. A injeção de coragem adquirida no momento em que alguém me diz isso é única, a partir daí, deixo o racional de lado e só ajo pelo coração.
Geralmente, minhas decisões impulsivas são relacionadas à famosa disputa Racional x Emocional, e, quase sempre, o meu Emocional ganha. Normalmente, eu consigo prever os resultados de deixar minha impulsividade vencer, sendo eles quase sempre uma ressaca extraordinária ou uma nova dor de cotovelo.
Mas Carolina, se os resultados, em sua maioria, dão dor de cabeça, não seria melhor parar de agir assim? E é aí que eu te respondo, sim. Sim, seria melhor. Eu teria menos problemas se deixasse meu racional no comando mais vezes. A questão é que eu não quero. Eu amo ser impulsiva.
Vai me dizer que tem coisa mais gostosa do que se permitir tomar uma decisão errada? Poucas coisas no mundo me divertem mais do que mandar uma mensagem arriscada, tomar mais um shot, comprar uma passagem de viagem sem comprar a volta, voltar o contato com alguém que não deveria, ir para uma balada duvidosa, fazer mais uma compra no crédito…
Observando essa lista, percebi que eu tenho uma tendência a adiar algumas responsabilidades. Eu não diria nem que é porque sou irresponsável, eu só nunca adiaria a felicidade. A alegria tem que ser no presente. E daí que vou sofrer por isso amanhã? Amanhã é outro dia, e eu não estou no amanhã. É um problema para a Carolina do futuro, a Carolina do futuro sempre é mais sábia, ela sempre sabe como lidar.
E para falar a verdade, tem vezes que ela não precisa lidar. São raras as ocasiões, mas tem decisões impulsivas que não geram frutos negativos. E são nelas que eu me apego. Meu cérebro está me confirmando por 1001 argumentos que fazer isso é errado porque vai me deixar triste ou desgastada no futuro, mas vai que a minha mente está errada? Eu não sou perfeita, e como Sócrates nos ensinou, é importante ter ciência da própria ignorância. Então, me dou margem para me provar errada. Tomo a decisão só para testar, torcendo para me ver enganada, poder falar para meu próprio lado racional “Viu? Errou! Nem foi tão ruim assim”.
Afinal, só se vive uma vez. Como eu vou viver minha vida ignorando minhas vontades mais fortes? Infelizmente, meu cérebro nunca vai ganhar do coração.
E é por isso que eu sou otimista, acredito em segundas chances, acredito em milagres, acredito sempre no melhor cenário. Não me importa se as chances são poucas e a estatística não está ao meu favor, talvez eu só tenha uma vida e tem coisas que quero viver nessa mesmo.
Eu não suporto ver pessoas baseando uma vida inteira no que é “certo”, no que é mais “seguro”. É claro que tem áreas da vida que temos que agir com mais precaução. Mas a precaução é diferente do medo. “Isso pode doer”, “Isso pode dar errado”, “Eu posso quebrar a cara”… Tá, mas qual o problema? Por que eu viveria minha vida com medo de me machucar? Eu sei que vou me machucar de qualquer fora uma hora ou outra, é inevitável. Então, que eu me machuque por algo que vale a pena.
♡ Indicações, bobagens e conversas paralelas
O que estou lendo: Tudo é Rio, Carla Madeira
Esse livro é simplesmente fantástico, a autora consegue passar tanto sentimento entre as palavras que chega fica dolorido de ler. O trecho que me fisgou:
“Perder amores é escurecer por dentro, uma memória do corpo que o entardecer evoca quando tinge o céu de vermelho. Para quem está sozinho depois de ter amado, o fim do dia é muito triste. Era nessa hora que ela voltava.”
Fato sobre a autora: Eu gosto muito do Snoopy. Tenho dois em cima da minha escrivaninha e, por mais que tenham sido presente de ex, me recuso a tirá-los de lá.
Última decisão impulsiva: Comprar uma passagem para São Paulo sem comprar a passagem de volta.
O que estou assistindo: Tapas&Beijos! Que série ótima, já me sinto amiga íntima de Fátima e Sueli. Um beijo especial para nossa grande atriz Fernanda Torres.
Próxima leitura: Provavelmente, O Mestre e Margarida (Мастер и Маргарита) do Mikhail Bulgákov. Esse está na minha lista de leitura desde 2023, vamos ver se agora vai.
Qual foi a >sua< última decisão impulsiva? Concorda com a infame frase “Só se vive uma vez”? Me conte aqui embaixo.
Eu gosto de ser impulsiva também, mas é uma característica que carrego com o peso de inúmeros arrependimentos. Num geral, ser impulsiva só me trouxe problemões, e eu sei que meu amor por isso vem de uma sensação de (falsa?) liberdade que a impulsividade traz. Viver o presente é muito importante, se permitir também. Poréééém, agora eu tenho uma filha. E aí o bicho pega. Eu preciso pensar no futuro, além de viver o presente. E a impulsividade dá espaço para planejamentos. Não sei se é algo sobre envelhecer, amadurecer, ter filhos, ser adulta (!!!), socorro! Sinto falta de ser mais impulsiva. Talvez haja algum equilíbrio que eu precise alcançar.
Quantas vezes deixamos de viver por medos que criamos na nossa cabeça, uau! amei demais