Antes de começar a edição de hoje, gostaria de agradecer aos 12 novos subscritores que chegaram no último mês. Agora somos 21! Muito obrigada por lerem as bobagens que eu escrevo, fico muito grata.
É muito difícil para mim escrever quando a vida está ruim. Às vezes nem precisa estar ruim, só estar monótona já torna o ato de escrever infinitamente mais difícil. E aí, eu me pego pensando: Não era para ser mais fácil? Os grandes artistas não florescem quando estão tristes ou cobertos de problema? O mal estar não é um grande combustível para a criação?
Bom, para mim, não. E eu gostaria que fosse. É insuportável ter a ânsia de escrever e me limitar por não ser uma boa hora. Eu quero escrever quando tiver algo bom, algo interessante a dizer. Quero escrever quando puder compartilhar histórias divertidas e fotos bonitas. Quero escrever quando as piadas e comentários bem humorados saírem naturalmente. Quero escrever quando tudo estiver perfeito.
Por isso, não escrevo o quanto gostaria. Tudo tem de estar, no mínimo, ótimo quando eu for escrever, o humor, o ambiente, o teclado, os aromas, o tempo disponível… Já deve dar para imaginar que algum desses itens sempre vai estar faltando. Principalmente quando sua rotina natural é estudar, trabalhar e, caso tenha algum tempo livre, estudar mais um pouco.
Será que eu deveria mesmo escrever?
No meio desse conflito de vontades e medos, um trecho do Bukowski insiste em martelar na minha mente.
if it doesn't come bursting out of you
in spite of everything,
don't do it.
unless it comes unasked out of your
heart and your mind and your mouth
and your gut,
don't do it.
- Charles Bukowski
Eu deveria esquecer de todos esses pré-requisitos imaginários, sentar a bunda e escrever. Mas eu não consigo. Para mim, é um ritual. E eu gosto que seja assim. Mas, ao mesmo tempo, a ansiedade me corrói. Você deveria escrever mais. Você deveria ter uma constância. As pessoas vão esquecer de você caso não escreva. Se você quer escrever, por quê não está escrevendo? Se você realmente quisesse, arranjaria tempo…
Enfim, não é fácil (e eu também não sei se deveria ser).
Essa vai ser mais um daqueles textos que o autor traz um tópico e nenhuma conclusão sobre. Infelizmente, eu ainda não sei Como escrever quando o mundo te esmaga. Mas espero que algum de vocês saiba e me conte aqui embaixo! Ou, caso não saiba, por favor, me conta se você também já se sentiu assim.
♡︎ Recomendações
Bom, já que ainda não escrevi algo que gostaria, vou indicar algumas newsletters que estão me acompanhando nos últimos tempos.
★ Vamos começar pela minha favorita: Enfim da Fernanda Klein. Assim que entrei aqui no Substack, fuçando nas recomendações de outros autores, encontrei a newsletter da Fernanda, e me encantei pela forma que ela escreve sobre eventos cotidianos, mas com um brilho a mais. A intimidade que ela passa com as palavras é muito envolvente, vale a pena ler.
★ Mudando bruscamente de rumo, indico a makers gonna make da Hele Carmona. Como não-designer e apreciadora da criatividade no geral, essa newsletter traz vários tópicos interessantes, com um trabalho de pesquisa impecável, e me instiga a continuar pesquisando sobre.
★ Para finalizar as recomendações, trago a meditação&cafeína da Larissa Herc. Conheci recentemente, mas gostei tanto da edição sobre a relação das mulheres com o dinheiro, que acho super válida a indicação.
Espero que tenham gostado das recomendações e que me perdoem por esse grande desabafo!
tão triste que a cobrança por uma performance impecável nos atravessa até no que é tão nosso como a escrita, né? escrever enquanto o mundo te esmaga é honrar o verdadeiro sentido da escrita, é não deixar que te tirem as palavras que sempre foram suas. ainda tô aprendendo também.
No que me toca como Autor em constante ato de criação, eu escrevo com qualquer disposição na qual estiver. Sou bastante melancólico, depressivo, antissocial, inquieto, incomodado e workaholic, elementos que, combinados em meu Ser, fazem explodir através da Escrita tudo que revolve dentro de mim. Me sinto mal quando não escrevo, seja na calmaria ou na tempestade, na ordem ou no caos, na bonança ou na dificuldade, na saúde ou na doença, na luz ou nas trevas. Tristeza é o meu maior combustível, A Musa que me Inspira mais do que tantas outras Musas que me Inspiram me faz retirar daquela tudo que necessito para continuar escrevendo a todo e qualquer momento. Eu sou assim: Escrevo e pronto.